“A infância é chão que se pisa a vida inteira”
Lya Luft.
Os acontecimentos da infância são marcantes porque é nesse período que nosso cérebro está em pleno desenvolvimento, absorvendo experiências e formando padrões de pensamento, comportamento e emoções. Durante os primeiros anos de vida, o sistema nervoso é especialmente sensível, e as interações com o ambiente e cuidadores influenciam diretamente a forma como regulamos emoções e lidamos com o estresse. Se a criança não recebe o cuidado adequado ou enfrenta situações traumáticas, essas vivências ficam registradas de maneira profunda, afetando suas crenças sobre si mesma e o mundo ao redor. Na vida adulta, esses padrões inconscientes podem se manifestar como inseguranças, ansiedade ou dificuldades nos relacionamentos, evidenciando a importância da cura desses traumas.
A cura da criança interior é um processo terapêutico profundo, fundamentado na compreensão dos traumas vividos na infância e suas repercussões na vida adulta. A Teoria do Apego, desenvolvida por John Bowlby, explica como as primeiras experiências de vínculo com os cuidadores moldam nossa percepção de segurança, confiança e afeto. Quando esse vínculo é interrompido por negligência, abusos ou instabilidade emocional, o trauma pode surgir, influenciando comportamentos, relações e emoções na vida adulta. Sentimentos de insegurança, medo de rejeição e dificuldades em manter conexões saudáveis são algumas das consequências. Através da terapia, é possível ressignificar a dor e desenvolver novas formas de se relacionar com o mundo, promovendo cura e liberdade emocional.